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COMUNICAÇÃO E PATRIMÓNIO MUNDIAL - Blogue de Apoio à Tese de Doutoramento

Comunicação de Artur Santos no II Encontro Científico do Grupo ISLA

Comunicação de Artur Santos no II Encontro Científico do Grupo ISLA

O Contributo das Novas Plataformas de Comunicação Web na Divulgação do Património

Já Marshall McLuhan afirmava, nos tempos em que a televisão cimentava os seus passos como janela do mundo e a rádio começava finalmente a conhecer, no pós-guerra, a curva descendente das audiências sumárias de um público que se esqueceu rapidamente das façanhas obtidas enquanto baluarte da resistência no período conturbado do conflito mundial, e ainda em prole de um mercado cinematográfico cada vez mais poderoso, que se vivia (afirmava McLuhan), naquela época uma fase de grandes transformações sociais, derivadas do progresso tecnológico, reduzindo o planeta à escala de “aldeia global”, ideia que viria a publicar no seu livro “O meio é a mensagem”, em 1967, ano em que a Internet surgia ainda como um horizonte longínquo mas que, dois anos depois, em 1969, via a sua aurora com o surgimento da ARPANet, acrónimo em inglês de Advanced Research Projects Agency Network (ARPANet) do Departamento de Defesa dos EUA, primeira rede operacional de computadores e o precursor da World Wide Web.

 

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Participação de Artur Santos no II Encontro Científico do grupo ISLA

Participação de Artur Santos no II Encontro Científico do grupo ISLA

Decorreu no pássado sábado, 14 de Maio, o II Encontro Científico (EC) do Grupo ISLA. Depois do exito alcançado em Leiria, foi a vez das instalações de Vila-Nova de Gaia receberem um certame que congrega os vários saberes que englobam o universo ISLA (Bragança, V.N. de Gaia, Leiria e Santarém) assentes na criação de comunicações desenvolvidas por professores dos diversos ISLA's, bem como alunos inscritos em programas de Doutoramento que se encontram a decorrer, fruto dos protocolos criados com universidades espanholas (Universidade de Vigo, Universidade de Léon, Universidade de La Rioja). Este ano o Encontro cietífico ficou ainda marcado pelas apresentações públicas das tesinas (teses de obtenção do título de Suficiência Investigadora no âmbito dos estudos de Doutoramento) dos alunos de Doutoramento de Saúde, Higiene e Segurança do Trabalho, da Universidade de León.

Com muito gosto, tomei novamente parte desta iniciativa, apresentando a comunicação "O Contributo das Novas Plataformas de Comunicação Web na Divulgação do Património", inserido no painel científico de História.

 

Quero desde já agradecer à organização do II EC ISLA a oportunidade de estar presente pelo segundo ano consecutivo, com a firme vontade de estar presnte também no próximo ano, aproveitando desde á para felicitar os mentores e organizadores deste projecto pelo excelente trabalho desenvolvido.

 

Artur Santos

 

II JORNADAS INTERNACIONAIS DE TURISMO E PATRIMÓNIO

II JORNADAS INTERNACIONAIS DE TURISMO E PATRIMÓNIO

O Instituto de Liínguas e Administração (ISLA) de Vila Nova de Gaia realizou nos passados dias 31 de Maio e um de Junho as II Jornadas Internacionais de Turismo e Património, um ciclo de comunicações interessantíssimas e de relevância académica para os alunos e investigadores presentes nesses dois dias, onde o debate foi também nota dominante.

 

Por imperativos de trabalho (leccionação) foi-me de todo impossível participar nas jornadas pela parte da tarde, apenas participando nos conferências realizadas pela manhã

Os próximos "posts" a publicar neste blog terão a ver com as comunicações assistidas, que surgirão como pequenos artigos de resumo.

 

ISLA GAIA REALIZA II JORNADAS INTERNACIONAIS DE TURISMO E PATRIMÓNIO

ISLA GAIA REALIZA II JORNADAS INTERNACIONAIS DE TURISMO E PATRIMÓNIO

Realizar-se-ão nos dias 31 de Maio e 1 de Junho de 2007. O evento realizar-se-á no auditorio 1 do ISLA-Gaia.

Este ano as Jornadas passarão a ser internacionais, contando com a presença de vários especialistas europeus.



PROGRAMA



31 de Maio 2007 - TURISMO CULTURAL

9:30h - Recepção dos participantes

10:00h - Sessão de Abertura

- Prof. Doutor António Lencastre Godinho: Director Académico do ISLA

- Dr. Luís Filipe Meneses: Presidente da C.M.Gaia (por confirmar)

- Dr. Mário Dorminsky: Vereador na C.M.Gaia com os pelouros do Turismo e Cultura.

 

Pausa para café


11:00h - Paínel I - Estratégias de Desenvolvimento do Turismo no Espaço Europeu e Nacional.

- "O PENT e o Turismo Cultural" - Dr. Joaquim Moura

Assessor do Presidente do Turismo de Portugal.

- "A Situação do Turismo em Angola: Perspectivas" - Dr. Paulino Domingos Baptista

Vice-Ministro do Turismo de Angola

- "Turismo Cultural: Evidências da sua pouca articulação em Portugal" - Prof. Doutor Carlos Costa (Docente da Universidade de Aveiro) e Mestre Rossana Santos.


Painel 2 - Turismo Cultural - Vertentes e Opções

- "Novos Rumos do Turismo Cultural" - Prof. Doutor Licínio Cunha

Professor convidado da Universidade Lusófona

- "TOW - Pequenas Histórias, Grandes Descobertas" - Dr. João Henriques

Administrador da Marinha Viagens e Turimo


Pausa para café


- "O Porto antes e Depois do Museu de Arte Contemporânea de Serralves" - Dr. José Rosinhas

Museu de Arte Contemporânea de Serralves

- "Património e Sustentabilidade Identitária" - Dra. Maria Gabriela Carvalho

SNATTI - Sindicato Nacional da Actividade Turistica Tradutores e Interpretes

- "Turismo Gastronómico - a cultura à mesa" - Chefe Hélio Loureiro

Porto Palácio Hotel

 


01 de Junho de 2007 - PATRIMÓNIO CULTURAL

09:00H - Recepção dos participantes

09:30H - Paínel 1 - Preservação do Património ligado ao Desenvolvimento do Turismo

- "Património e Desenvolvimento" - Dr. Cláudio Torres.

Presidente do ICOMOS-Portugal, Arqueólogo de Mértola e Prémio Fernando Pessoa 1991.

- "Togonbriga: um caso no Noroeste Peninsular" - Prof. Doutor Lino Tavares Dias;

Director da Estação Arqueológica do Freixo.

- "Património do Douro" - Prof.Doutor Fernando Sousa;

Presidente do CEPESE e Professor Catedrático da Universidade do Porto.

- "Museus e Turismo" - Dra. Maria João Vasconcelos.

Directora do Museu Soares dos Reis


12:30H - Almoço


 

15:00 - Paínel 2 - A importância da dinamização do Património para fins turísticos

- Prof. Doutor Ruben Lois Gonsalez: Director Geral de Turismo da Xunta de Galiza e Docente da Universidade de Santiago de Compostela.

- "Turismo Cultura: promoção e contribuição cultural do produto turístico do Norte" - Dr. Jorge Osório

Presidente da Associação de Turismo Norte de Portugal.

- "Gestion del Património Arqueológico em Galicia" - Prof. Doutora Raquel Casal Garcia.

Docente e Investigadora da Universidade de Santiago de Compostela.

- "Reflexións sobre o Patrimonio" - Prof. Doutor Fernando Acuña Castroviejo.

Docente e Investigador da Universidade de Santiago de Compostela.

- "El presente eterno: turismo, modernidad y autenticidad" - Prof. Doutor Frederico Castro Morales

Docente da Universidade Carlos III de Madrid.

 

Extraído do Sítio on-line do ISLA Gaia: http://www.gaia.unisla.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=250&Itemid=426,

a 27 de Maio de 2007

Semana Cultural da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa

Participação de Artur Santos na Semana Cultural da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa, com o desenvolvimento da palestra intitulada "Comunicação, Jornalismo e Opinião nos novos conteúdos Web"

- Clique aqui para ver o programa

- Clique aqui para ver o texto apresentado na Palestra

 

Artigo de Artur Santos publicado na Revista Científica "DOMUS"

Artigo de Artur Santos publicado na Revista Científica "DOMUS"

Um artigo científico de Artur Filipe dos Santos, com o título "Comunicação, História, Organização e Protocolo: Relações com a Candidatura, Selecção e Atribuição do Título de Património Mundial" por égide da UNESCO" foi publicado no I número da Revista Científica "Domus", iniciativa desenvolvida pelo grupo ISLA

 

Dos Santos, Artur Filipe (2007). Comunicação, História, Organização e Protocolo: Relações com a Candidatura, Selecção e Atribuição do Título de Património Mundial" por égide da UNESCO. Revista Científica DOMUS, 58-71.

Exemplo de Divulgação do Património: Sitio on-line de Turismo da Junta de Castilla y León

Exemplo de Divulgação do Património: Sitio on-line de Turismo da Junta de Castilla y León

 

Desenvolvido em várias línguas (incluindo o português e o galego), o sítio web de turismo da Junta de Castilla y León elaboara uma excelente gama de informação relacionada com todos os aspectos turísticos da região, destacando o facto de nesta província se encontrarem três cidades com espólio considerado Património Mundial (Ávila, Salamanca e Segóvia), dando amplo relevo a esse facto, criando dossiers específicos para cada um dos exemplares monumentais. Neste sítio pode-se encontrar também exemplos de colaboração entre entidades públicas e privadas. A não perder!

 

 

Servidor Web de Información Turística de la Junta de Castilla y León

 

 

Exemplo de Divulgação Turística; Exemplo de Parceria entre Entidades Públicas e Privadas

Exemplo de Divulgação Turística; Exemplo de Parceria entre Entidades Públicas e Privadas

Cartaz publicado no Jornal de Notícias de 8 de Abril de 2007

O Interesse dos Media nas Questões do Património Mundial

O Interesse dos Media nas Questões do Património Mundial

Encarnação pede ao Governo que defina financiamento

Carlos Encarnação diz que encontra no QREN «uma verba muito pequena» para a política de cidades e pede que o Governo esclareça com que poderão contar os projectos no Centro Histórico e a candidatura da UC à Unesco

O presidente da Câmara de Coimbra quer que o Governo defina qual vai ser a política de cidades e o que caberá à reabilitação dos Centros Históricos. «Espero que não passe dois anos para responder, porque daqui a dois anos já não vale a pena, não só porque já não estarei aqui, mas principalmente porque nessa altura já passou a oportunidade histórica», afirmou o autarca.
Carlos Encarnação falava na sessão solene comemorativa do Dia Nacional dos Centros Históricos, cujos festejos se centralizaram ontem em Coimbra e mostrou-se preocupado com o futuro dos projectos de reabilitação da Alta e da Baixa da cidade ou da candidatura da Universidade de Coimbra (UC) a Património da Humanidade pela Unesco.
«A política de cidades tem de ser completamente alterada. (…) Ela não tem sido bem conduzida até aqui. Não tem havido instrumentos legislativos suficientes para dar capacidade de intervir nos Centros Históricos eficazmente», criticou o autarca, lamentando ainda não ter visto, da parte da administração central, nenhuma definição neste sentido, «antes pelo contrário», adiantou.
«Vejo no QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional] uma verba muito pequena para a política de cidades», afirmou, acrescentando a este cená-
rio pouco animador o facto
de terem terminado todos os programas estatais - como o RECRIA, por exemplo - que apoiavam a reabilitação e recuperação de edifícios nos Centros Históricos. «E não sabemos nem como, nem quando vão existir novos», afirmou Encarnação.

À espera há meio ano

«Precisamos de saber com rapidez, porque temos muito trabalho a fazer, muitas tarefas a executar. Não podemos esperar que as casas caiam», continuou o autarca, recordando que já há cerca de meio ano se reuniu com o secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão, para que este definisse o que pretende fazer com a reabilitação e recuperação dos Centros Históricos, que verbas lhe serão destinadas, quanto lhe caberá no QREN. Encarnação garante que ainda não recebeu qualquer resposta.
Numa sessão onde Nuno Ribeiro Lopes, representante da candidatura da UC a Património da Humanidade da Unesco, assumiu que a concretização deste projecto «não é possível sem fundos comunitários» e que, portanto, está dependente dos dinheiros previstos no QREN, Carlos Encarnação estranha que o Governo ainda não tenha olhado para este projecto como «uma prioridade nacional».
«Será que acham que não? Que não é importante? Que não é interessante?», questionou o autarca, assumindo, no entanto, que «nada é possível fazer [nomeadamente a recuperação do Centro Histórico] apenas com o investimento público e que é necessário cativar o investimento privado», como é exemplo o projecto de reabilitação da Baixa de Coimbra, gerido pela Sociedade de Reabilitação Urbana.
A sessão, que decorreu no salão nobre da Câmara de Coimbra, contou também com a presença de António Filipe Pimentel que considerou fundamental que toda a comunidade, urbana e universitária, «sinta a recuperação do património como sua e lute por ela». «A partir do momento que todos façamos o nosso trabalho, os órgãos de decisão irão atrás», afirmou o pró-reitor da UC para o Património.
«O património é uma indústria geradora de um movimento económico extraordinário», garantiu, considerando que o não investimento nesta área é «o desperdiçar, não só a cauda do orçamento, que está sempre destinada ao património, mas orçamento inteiro»."
 
Extraído do Sítio on-line do Diário de Coimbra: http://www.diariocoimbra.pt/15094.htm, a 4 de Abril de 2007 
 

 

Revista Turismo 2007: O Poder dos Média na construção da marca

Revista Turismo 2007: O Poder dos Média na construção da marca

“Existem múltiplas técnicas de campanhas turísticas – como publicidade, mailing, promoção de vendas e relações públicas - que permitem alterar a percepção negativa acerca de um destino. A Comunicação Social desempenha aqui um papel preponderante: a má gestão de um cenário de crise junto dos média, como actividades terroristas e desastres naturais, pode arrasar um destino turístico. Os média possuem a capacidade de moldar as percepções dos públicos sobre determinado destino. Independentemente do factor que origine uma imagem negativa do destino, a ideia transmitida é sempre pouco favorável. E as consequências sentem-se a longo prazo, muitas vezes no investimento, economia, comércio e habilidade competitiva. (…) Ainda que alterar ideias pré-concebidas não seja fácil, muitos destinos turísticos tornaram a sua imagem positiva, voltando a atrair turistas, fruto de estratégias de comunicação adequadas e muitas vezes suportadas na publicidade.”

 

Athayde, Edson (2007). O Destino enquanto Marca. O Turismo em 2007, Ed. 2007, 48-49.

Exemplo de Comunicação entre Instituições; Divulgação Geracional e Divulgação Educativa:

Exemplo de Comunicação entre Instituições; Divulgação Geracional e Divulgação Educativa:

Este programa é um excelente exemplo de organização entre instituições, com o objectivo de divulgar o património no mais jovens, sensibilzar as gerações para preservação do mesmo. É também um óptimo exercício educativo, já que os jovens que participam neste programa terão a possibilidade de adquirir vários conjuntos de conhecimentos relacionados com o Património Mundial

 

"W O R L D H E R I T A G E
S t u d e n t E x c h a n g e P r o g r a m s

Make a difference in the world

World Heritage High School Student Exchange Program is one of the most respected international organizations dedicated to education through student exchange. Hosting a World Heritage foreign exchange student allows families like your own to experience the fun of getting to know another culture without ever having to leave your backyard! As a World Heritage host family, you will gain not only priceless memories with your new "son" or "daughter", but also friendships that will last a lifetime. As your World Heritage student becomes a part of your life, he or she will also gain a deeper appreciation for both your culture as well as his or her own culture. With World Heritage, making your family a little more international has never been easier! World Heritage exchange students are enthusiastic and come from a wide varieties of countries including: Brazil, Denmark, France, Germany, Great Britain, Italy, Japan, Mexico, Spain, Switzerland and Thailand.

For North American students interested in becoming an exchange student abroad, World Heritage cooperates closely with ASSE International Student Exchange Programs. Together, ASSE and World Heritage offer three different international exchange programs. Students can pick their adventure - a full academic year program, a 6-months program, the teen-twin program or a summer language program abroad. Still wondering if hosting a World Heritage exchange student is right for you? Then read on or email us for more info on the opportunity of a lifetime!!

Extraído do sítio do World Heritage Students Exchange Programs: http://www.world-heritage.org , a 2 de Abril de 2007

Exemplo de Comunicação Externa, Divulgação e Preservação do Património

Exemplo de Comunicação Externa, Divulgação e Preservação do Património

"Oportunidade última de transformação do espaço físico e de valorização do património intangível, a candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial da UNESCO, sendo protagonizada pela Universidade, não poderá sobreviver sem a cooperação efectiva das instituições e dos cidadãos desta cidade."

Exposição Alta entre Vistas

"A candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial da UNESCO é um processo que contemplou, já, diversas etapas. Teve o seu início em 2003, com a apresentação da candidatura à inclusão na Lista Indicativa de Bens susceptíveis de virem a ser integrados na lista de Património Mundial, elaborada pela Comissão Nacional da UNESCO. Arrancou, em termos formais, em 2004, quer com a inscrição da candidatura na Lista Indicativa, quer com a constituição, no seio da Universidade de Coimbra, do Gabinete de Candidatura à UNESCO, que tem vindo, progressivamente, a reforçar-se nas áreas científicas que se coadunam com os critérios de candidatura definidos pela Comissão Nacional da UNESCO.

Oportunidade última de transformação do espaço físico e de valorização do património intangível, a candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial da UNESCO, sendo protagonizada pela Universidade, não poderá sobreviver sem a cooperação efectiva das instituições e dos cidadãos desta cidade.

Pretende a Reitoria da Universidade de Coimbra com esta exposição, Alta entre Vistas, dar a conhecer à comunidade universitária e ao público em geral algum do trabalho que tem sido desenvolvido na área candidata a Património Mundial (agora com o apoio e coordenação do citado Gabinete de Candidatura), e que tem tradução no conjunto de projectos aqui mostrados: eles integram um vasto programa que inclui a conservação, restauro e reabilitação de edifícios históricos e espaços públicos, bem como a criação de novas infra-estruturas.

São, pois, aqui apresentados nove dos projectos que estão em curso ou em estudo:

­- a requalificação do Páteo das Escolas e do edifício da Associação Académica de Coimbra (AAC), bem como a construção do parque de estacionamento no Largo D. Dinis e do novo Centro de Informação e Divulgação da Universidade de Coimbra (CIDUC), da autoria de Gonçalo Byrne;

- a nova Biblioteca da Faculdade de Direito, a instalar na antiga Casa dos Melos (actual Faculdade de Farmácia), concebida por Álvaro Siza Vieira;

- a requalificação do Laboratorio Chimico e do Teatro Paulo Quintela (na Faculdade de Letras), e a reconversão da Casa das Caldeiras, de João Mendes Ribeiro;

- a requalificação do Auditório da Reitoria - Espaços Envolventes, por Victor Mestre.

Através da apresentação de documentação gráfica, fotografias, maquetas e de um vídeo, o visitante terá uma aproximação a uma das faces da modernização da Universidade de Coimbra (e sua implantação no tecido urbano e no seio da comunidade) que passa pelo Gabinete de Candidatura à UNESCO. Complementarmente, decorrerão quatro sessões de apresentação dos projectos acima citados com a presença dos respectivos autores.
Organização Reitoria da Universidade de Coimbra
Gabinete de Candidatura à UNESCO
Local Galeria do Museu Antropológico da Universidade de Coimbra
Funcionamento 22 de Setembro a 9 de Novembro
Segunda a Sábado, das 11.00 h às 19.00 h
Sessões (sempre às 17h) 28 de Setembro – Arquitecto João Mendes Ribeiro
11 de Outubro – Arquitecto Gonçalo Byrne
26 de Outubro – Arquitecto Victor Mestre
09 de Novembro – Arquitecto Álvaro Siza Vieira"
Extraido do sítio da Universidade de Coimbra: http://www.uc.pt/eventos/alta_entre_vistas.html a 28 de Março de 2007

Exemplo de Opinião Públicada nos Media sobre o Património

Exemplo de Opinião Públicada nos Media sobre o Património

Por que é que a Baixa vem abaixo?

Catarina Martins, Docente da Universidade de Coimbra

 

"Em 28 de Dezembro de 2006, Coimbra acordava sobressaltada com um alerta declarado pelo presidente da Câmara, dando aos moradores da Rua Direita e imediações 48 horas para abandonar casas e estabelecimentos comerciais por risco de derrocada. A queda de dois prédios numa outra zona da Baixa, pouco tempo antes, viera a calhar. A Baixa estava a cair! Através de um pânico suscitado a preceito, a autarquia lançava uma cortina de fumo sobre a situação da Baixa e a intervenção profundamente contestável que, com a Metro Mondego (MM), preparava há largos meses.

Tratava-se, na realidade, de legitimar as demolições a levar a cabo pela MM para abrir o canal do metro de superfície, operação que rapidamente se transformou no arrasar de todo um quarteirão. Ora, a Baixa não está a ser arrasada nem por causa do metro, nem porque esteja realmente a cair, apesar do avançado estado de degradação dos prédios. A Baixa vem abaixo porque não há qualquer intenção de evitar que assim aconteça, o que seria possível com as soluções técnicas existentes. A Baixa vem abaixo porque se quer fazer dinheiro em construção e especulação imobiliária, à custa do incontestável valor patrimonial, cultural e sociológico da cidade medieval. O alerta emitido pela Câmara foi, aliás, "encomendado" pela MM com o fim de desalojar imóveis que nada têm a ver com o canal do metro, mas cuja aquisição e demolição parece servir exclusivamente o objectivo de arrecadar mais-valias. Pelo menos metade destes edifícios já foi demolida.

É importante sublinhar que a Baixa necessita urgentemente de uma recuperação e reabilitação de qualidade, segundo os mais elevados padrões internacionalmente reconhecidos. Por isso, a intervenção propositadamente incompetente da MM merece a mais veemente oposição. O que está em marcha não é um processo de reabilitação urbana digno desse nome, mas, aparentemente, a venda daquele espaço aos parceiros privados da conivente SRU, com a cumplicidade da Câmara.

Arrasar, para depois erguer, cópias de fachadas é um conceito ultrapassado de reabilitação urbana, que não interessa a uma cidade que candidata o seu Centro Histórico a Património da Humanidade. Assim se faz tábua rasa do longo trabalho desenvolvido pelo departamento de Arquitectura da Universidade sobre a Baixa e a inserção do metro, projecto de inegável interesse para a cidade. Tristemente, a mesma Universidade ficará ligada à destruição da Baixa através do ITeCons, cujos relatórios legitimam a inaceitável argumentação da MM e da Câmara, segundo a qual se arrasa apenas o que vai cair. Afirma o ITeCons que a contenção dos edifícios é demasiado onerosa, sem ponderar estes custos em relação ao valor patrimonial e cultural da zona, algo que não cabe a especialistas em construção, mas sim à autarquia. Esta pretere um estudo mais amplo encomendado à UC, o SIGURB, bem como o Departamento de Arquitectura, em favor do ITeCons, seguindo uma política inaceitável, do ponto de vista da Universidade, que consiste em seleccionar os pareceres científicos mais úteis à prossecução de políticas municipais previamente decididas.

Numa altura em que a valorização académica de projectos que trazem dinheiro à instituição ameaça tornar-se doutrinária, um facto como este deveria fazer soar o alarme.

Preservar e reabilitar com qualidade é, pois, muito caro. Para a cidade? Ou para os parceiros que se perfilam para a SRU e que, curiosamente, são também associados do ITeCons e os habituais "sócios" da autarquia em todos os projectos de vulto? A Câmara decidiu claramente a favor destes últimos.

catisabel.martins@sapo.pt"

 

Extraído do Sítio do Jrnal de Notícias: http://jn.sapo.pt/2007/03/23/pais/por_e_a_baixa_abaixo.html a 28 de Maio de 2007

 

 

Exemplo de Comunicação e Projecto conjunto entre Instituições; O Interesse dos Media nas Questões do Património

Exemplo de Comunicação e Projecto conjunto entre Instituições; O Interesse dos Media nas Questões do Património

"Federação internacional de Astronáutica associa-se a projecto para protecção dos locais património mundial
Joana Vidigal Leal, 22/03/2007, 16:50

A Iniciativa Aberta conjunta ESA/ UNESCO para conservar centenas de locais da herança natural e cultural do mundo, usando satélites de observação da terra, recebeu apoio adicional da Federação Internacional de Astronáutica que se juntou ao crescente número de entidades espaciais que asseguram apoio ao projecto.

A Iniciativa Aberta, acordada entre a ESA e a UNESCO, em 2001, inclui monitorização, por satélite, do Património Mundial da UNESCO, tão único e variado como a Grande Barreira de Coral e a Grande Muralha da China, no sentido de obter avisos atempados sobre condições que os possam ameaçar, tais como catástrofes naturais, contaminação atmosférica e alterações do uso do terreno.

A assinatura da parceria entre a Federação Internacional de Astronáutica e a UNESCO teve lugar no dia 21 de Março, na sede da UNESCO em Paris, França. Stephen Briggs da ESA, director do Departamento Ciência e Aplicações de Observação da Terra, abriu a cerimónia reflectindo sobre a forma como os Satélites de Observação Terrestre têm beneficiado a humanidade.

Prestando tributo ao primeiro homem a ir ao espaço em 1961, Briggs citou as primeiras palavras do cosmonauta russo Yuri Gagarin ditas no espaço: “Vejo a Terra. É tão bela.” Na verdade, observar a Terra do espaço revolucionou verdadeiramente a forma como vemos o nosso planeta. Com a sua perspectiva global única, os sistemas de satélite oferecem vantagens incomparáveis para nos ajudar a compreender, gerir e proteger melhor o precioso ambiente da Terra”.

“A extraordinária diversidade natural e cultural do mundo é uma importante fonte de vida e inspiração para a humanidade. A sua preservação devia ser uma responsabilidade partilhada por toda a comunidade internacional.”

O nome Iniciativa Aberta foi escolhido pela ESA e pela UNESCO pois pretendem ter outras agências espaciais a juntar-se à parceria, tal como aconteceu com as entidades que foram chamadas a aderir ao projecto desde que foi criado em 2003.

Até ao momento, diversas agências espaciais estabeleceram progressivamente contratos para fornecimento de dados de satélite com o objectivo de proteger estes locais, incluindo Argentina, Brasil, Canadá, Índia, o Departamento Espacial do Iraque, Jordânia, Marrocos, Polónia, Turquia e Estados Unidos (NASA).

Património Mundial
A lista do Património Mundial inclui locais, monumentos ou paisagens que foram classificados pelo seu “excepcional valor universal” quer em termos culturais, quer em termos naturais. Existem actualmente 830 locais diferentes na lista de Património Mundial da UNESCO. Destes, 644 estão listados como culturais, 162 como naturais e 24 em ambas as categorias. A UNESCO considera que, actualmente, 31 deles estão em perigo. A iniciativa é especialmente dirigida a ajudar os países em vias de desenvolvimento a monitorizar de forma mais eficaz estes locais nos seus territórios.

A ESA e a UNESCO sublinham o potencial da iniciativa através de um projecto piloto de dois anos chamado BEGo (Build Environment for Gorilla), no qual as imagens de satélite e produtos foram disponibilizados a grupos de conservação e autoridades que monitorizam e protegem os habitats de Gorilas de Montanha em perigo em parques nacionais localizados no Uganda, no Ruanda e na República Democrática do Congo. Estes parques ou já são Património Mundial ou são candidatos, sem do o último refúgio para os menos de 700 Gorilas da Montanha ainda vivos.

Uma vez que estes habitats totalizam mais de 800 mil hectares, em terrenos extremamente inacessíveis e raramente mapeados, as observações terrestres, quando possíveis, eram extremamente difíceis. Os dados de satélite da ESA permitiram a produção de mapas, a detecção de alterações no uso do território ao longo do tempo e a criação de modelos digitais das elevações dos terrenos.

Segundo Eulalie Bashige, Directora-Geral do Instituto Congolês para a Conservação da Natureza (ICCN) da República Democrática do Congo, os mapas têm sido úteis para os esforços contra a caça-furtiva e para o planeamento do eco-turismo.

“A ESA está determinada em continuar a ajudar a UNESCO e os outros parceiros na promoção do uso das tecnologias espaciais em benefício da nossa herança e em apoiar iniciativas que sirvam a causa da igualdade no mundo”, afirmou Briggs."

 

Extraído do Sítio Ciênciapt.net: http://www.cienciapt.net/noticiasdesc.asp?id=14823, a 26/03/2007 

Património Mundial - Procedimentos para a apresentação de candidaturas

Património Mundial - Procedimentos para a apresentação de candidaturas


1.    Para ser organizada uma candidatura, o bem deve figurar previamente numa Lista Indicativa enviada à UNESCO através das Comissões Nacionais da UNESCO.

 

As candidaturas dos bens constantes nestas listas são feitas pelos detentores dos bens, escrutinadas depois pelas Comissões Nacionais e, se o processo for considerado em conformidade com as normas, apresentadas ao Centro do Património Mundial da UNESCO pelo Estado-parte através da sua Missão Permanente junto da UNESCO. Sucessivamente as candidaturas são apreciadas por instituições associadas ao Centro: ICOMOS – International Council on Monuments and Sites e/ou IUCN – The World Conservation Union.

 

2.    Os pareceres destas instituições não são discutíveis com os estados proponentes e os que tenham assento no Comité do Património Mundial não podem pronunciar-se sobre o bem do próprio país.

 

3.    As candidaturas dos bens são submetidas ao Comité Intergovernamental do Património Mundial, que decide sobre o valor universal excepcional do bem em apreço. O Comité rege-se pelos seguintes princípios gerais, na selecção dos bens:

§         A Convenção prevê a protecção dos bens culturais e naturais de valor universal excepcional. Para a definição do valor universal excepcional, o Comité utiliza dois tipos de critérios: um aplicável aos bens culturais (i a vi) e outro aplicável aos bens naturais (vii a x);

§         Os critérios foram elaborados com vista a permitir uma apreciação completamente independente do valor intrínseco do bem, abstraindo de todas as considerações de outra ordem;

§         Serão feitos esforços para manter um equilíbrio razoável entre o número de bens culturais e naturais inscritos na Lista;

§         Recentemente, foi adoptada uma Estratégia Global que visa atingir um equilíbrio entre o número de bens culturais e naturais inscritos na Lista e também uma equilibrada representação geográfica. Assim, o número de candidaturas a apresentar anualmente por cada Estado-Membro reduziu-se para uma, com excepção dos países sub-representados, que poderão apresentar mais candidaturas;

§         A inscrição de um bem seleccionado será diferida até que o Estado proponente faça provas do seu empenho em proteger esse bem. Esse empenhamento pode tomar a forma de legislação, de atribuição de pessoal, de financiamentos e de um plano de gestão;

§         Sempre que um bem tenha sofrido uma deterioração que implique a perda das características que determinaram a sua inscrição na Lista do Património Mundial, aplicar-se-á o procedimento relativo à sua eventual exclusão da Lista;

§         Dado o elevado número de candidaturas de bens culturais recebidos, o Comité convida os Estados-parte a ponderar se o seu património cultural está já bem representado na Lista e, se assim for, a abrandar voluntariamente a sua taxa de candidaturas futuras. 

 

4.    A candidatura completa tem de ser enviada à UNESCO com dois anos de antecedência. Cada Estado-parte apenas pode apresentar uma candidatura de cada vez; excepcionalmente, poderá apresentar duas candidaturas, se uma delas for relativa a um bem natural.

 

5.    A mais recente Lista Indicativa dos bens portugueses, enviada à UNESCO em 2004, foi elaborada por um grupo de especialistas escolhido para o efeito pela Comissão Nacional da UNESCO. Esta Lista foi ratificada pelos três Ministérios que tutelam o processo, ou seja, os Ministérios dos Negócios Estrangeiros, do Ambiente e da Cultura. Encontram-se nesta Lista os seguintes bens: Arrábida; Baixa Pombalina de Lisboa; Buçaco; Costa Sudoeste; Fortificações de Elvas; Palácio, Convento e Tapada de Mafra; Universidade de Coimbra.

 

6.    Além da informação disponível neste site, poderá consultar também o site da UNESCO em www.unesco.org.

 

Extraido do sítio On.line da Comissão Nacional da UNESCO, Portugal: http://www.unesco.pt/pdfs/docs/Procedimentos_cand.doc, a 25/03/2007 

Colocados novos endereços na Secção de

Colocados novos endereços na Secção de

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Documentos relacionados com o Património Mundial: Organização e Protocolo


Comunicação entre instituições: Algumas contribuições avulsas para o processo de elaboração da Lista Indicativa Portuguesa

Comunicação entre instituições: Algumas contribuições avulsas para o processo de elaboração da Lista Indicativa Portuguesa

A propósito da elaboração da lista Indicativa de Portugal

 
Ana Paula Amendoeira
Membro do Comité Executivo Internacional do ICOMOS

Algumas contribuições avulsas para o processo de elaboração da Lista Indicativa Portuguesa

1. A Convenção do Património Mundial de 1972 e todo o resultado da sua evolução nas últimas décadas, tem sido o mais universal e bem sucedido instrumento para a salvaguarda, cooperação e democratização do património a uma escala mundial. Este facto é, em si mesmo, um património importantíssimo a que a UNESCO e as instituições envolvidas e directamente participantes neste processo têm sabido criar e dar credibilidade, desenvolvendo e complexificando positivamente os conceitos, os métodos, as técnicas, as práticas e as categorias, conseguindo envolver um número cada vez maior de instituições e pessoas em todo o mundo.

É efectivamente dentro deste conceito de património mundial que será possível globalizar a importância do património para o futuro da humanidade e é também a partir do património mundial da UNESCO que poderá desenhar-se um papel mais interventivo deste instrumento nos processos de desenvolvimento a uma escala mundial.

Este processo de construção passa em grande medida pela atitude de permanente questionamento interno praticado pela UNESCO e pelo ICOMOS, no sentido de corrigir, equilibrar e avançar, sempre no respeito pelas pessoas, pelas sociedades e pelas suas culturas. O momento actual é disso um exemplo. Questiona-se internamente a representatividade da Lista do Património Mundial, apresentando, entre outras medidas, como um possível instrumento de planeamento que possa ajudar na correcção destes desequilíbrios, a existência de listas indicativas apresentadas pelos Estados, sendo colocada a hipótese de criar medidas de assistência para a formação das ditas listas, facto que contribuirá para dar mais um passo na direcção da democratização acima referida (1).

Parece-me importante para o futuro do Património Mundial enfatizar o aspecto da democratização do património e da democracia patrimonial (2), como objectivos a atingir a médio e longo termo. O património e toda a sua complexidade no contexto das comunidades humanas, deve também ser dimensionado num quadro de liberdade, conflito e desenvolvimento.

Efectivamente, os patrimónios e as regiões menos representadas estão frequentemente ligados a fenómenos de exclusão, a deficientes ou inexistentes condições para o exercício da cidadania, ao esquecimento que decorre do subdesenvolvimento, com a consequente dificuldade de capacitação para produzir a sua afirmação nos contextos mais globais, sejam geográficos ou políticos.

A Lista do Património Mundial da UNESCO pode neste contexto desempenhar um papel importantíssimo no futuro que é o de poder vir a ser um parceiro implicado directamente nos processos de desenvolvimento, contribuindo para a gestão dos conflitos, para a correcção dos fenómenos de exclusão, e promovendo o exercício da cidadania. O Património Mundial, e todo o trabalho que neste âmbito foi até aqui desenvolvido, representam hoje um recurso importante para o desenvolvimento, para o planeamento e gestão de outros valores e terá que aspirar cada vez mais a uma dimensão transversal nas políticas de desenvolvimento, a par das questões económicas e sociais. Este salto qualitativo poderá ser um desafio para o século XXI. Efectivamente a primeira fase da Lista do Património Mundial em que se inscreveram as "Maravilhas do Mundo" terminou há muito, ao menos no que diz respeito ao mundo ocidental. Trata-se agora de outro tipo de problemas e de problemáticas relacionadas com o património como recurso e como factor de desenvolvimento e não já como objecto puramente estético para deleite de todos ou de muitos.

O problema da representatividade da Lista do Património Mundial é também um problema de democratização patrimonial, de liberdade e conflito, de desenvolvimento e cidadania. Neste sentido, há categorias, deficientemente representadas na Lista, como a de Paisagem Cultural e a de Itinerários Culturais, que nos poderiam permitir realizar um trabalho efectivo para a correcção de desequilíbrios, uma vez que permitem equacionar de forma integrada muitas destas questões.

A categoria de Paisagem Cultural dá-nos a possibilidade de articular questões como o património construído, o património intangível, o ordenamento do território, a gestão dos recursos, a participação das comunidades, o património ambiental, em suma, o conceito de paisagem cultural encerra em si mesmo o pressuposto de um desenvolvimento durável. O trabalho para equilibrar a representatividade desta categoria na Lista do Património Mundial poderá ser um importante meio de contribuição para o desenvolvimento e correcção de assimetrias. A sua relação clara com o conceito de desenvolvimento durável constitui assim um instrumento privilegiado para promover a participação do património mundial nos processos de desenvolvimento, uma vez que constituem sábias intervenções, com sucesso, no que diz respeito ao ordenamento do território, à gestão inteligente dos recursos, a uma histórica atitude ecológica face aos desafios do desenvolvimento. Todas estas características são recursos para o nosso futuro.

2. Na sequência desta nota introdutória à questão da necessidade de os estados membros apresentarem Listas Indicativas, devem ser tomadas como referencial as conclusões saídas da XXIV Sessão do Comité do Património Mundial realizada em Cairns, Austrália, em 2000, na qual o Comité reconheceu a grande dificuldade à volta do tema da representatividade da Lista do Património Mundial e fez notar que era necessário um uso mais efectivo e preciso das Listas Indicativas e uma maior regulação relativamente ao crescente número de nomeações. Acordou-se que se deveriam tomar medidas como a assistência para implementar programas de capacitação que seriam vitais para assegurar a representatividade dos sítios de todas as regiões na Lista do Património Mundial. Tomando em conta estas reflexões, o Comité elaborou a Decisão de Cairns na qual se assinala, entre outros aspectos, que as listas indicativas devem usar-se como instrumentos de planeamento para reduzir os desequilíbrios na Lista do Património Mundial, para o qual os órgãos assessores deveriam iniciar uma análise minuciosa dos sítios constantes nas Listas Indicativas e nos já inscritos, a partir de um ponto de vista regional, cronológico, geográfico e tomando em conta as categorias (3).

Ora, tendo em conta toda esta problematização equacionada pela Decisão de Cairns, a necessidade de elaborar uma Lista Indicativa Portuguesa não deve alhear-se desta discussão e poderá aproveitar as questões levantadas para produzir um instrumento importante para o país no que ao património diz respeito, mas também ter uma aspiração interventiva no sentido de usar este recurso para corrigir os actuais desequilíbrios da nossa Lista.

A partir de uma breve análise à lista dos bens portugueses inscritos vemos imediatamente dois grandes desequilíbrios: um entre a faixa litoral e o interior do país, outro entre monumentos e centros históricos, e paisagens culturais, itinerários culturais, património natural, património arqueológico, etc.

Não quero com isto dizer que temos que ter bens representantes de todas as categorias consideradas, mas sim que temos uma lista desequilibrada no que diz respeito à qualidade e importância de bens de outras categorias e de outras regiões. Há um déficit de representação geográfica e conceptual que em nossa opinião não favorece o objectivo do equilíbrio, da diversidade das categorias, da inclusão de categorias não representadas, mas nem por isso não representáveis, a partir do património que temos, em suma há mais uma vez um acentuar da situação crónica sobre o modelo de desenvolvimento português. A lista indicativa portuguesa deverá ser um instrumento estratégico e de planeamento ao nível nacional e não um instrumento construído de forma casuística motivado pela maior capacitação ou dinamismo das instituições que promovem as candidaturas.

A Lista Indicativa Portuguesa pode intervir na inclusão de categorias dentro das quais temos património representativo, excepcional, de importância mundial, associado, por exemplo, a sectores estratégicos da nossa economia (exemplo: a paisagem cultural do montado associada à liderança na produção mundial de cortiça). Este exemplo, entre outros, permite-nos ter a certeza que poderemos construir uma lista indicativa importante para o país, homogénea, correctora de desequilíbrios e de assimetrias, contribuinte para um modelo de desenvolvimento durável.

Ainda que haja bens não propostos até agora por qualquer entidade, penso que essa não é razão para que não se possa prever a sua inclusão numa lista indicativa, se esta for concebida e pensada como um instrumento à escala nacional promotor da referida democratização acima referida e da utilização da categoria do património mundial como um elemento que pode contribuir para outro desenvolvimento que todos desejamos.

Março 2004

(1) A este respeito deve referir-se o papel de Portugal neste contexto de cooperação e de assistência relativamente a todos os países em cuja história há uma influência directa da cultura portuguesa em consequência dos Descobrimentos e da colonização. Este deveria ser um sector estratégico na nossa política externa, além de serem também fortemente encorajadas pelo Centro do Património Mundial da UNESCO as medidas que nesta área da cooperação e da assistência forem por nós desenvolvidas.

(2) Entendo que democratização do património significa o direito de acesso consciente do mais alargado universo de comunidades e instituições ao reconhecimento oficial e institucional dos seus valores patrimoniais e que democracia patrimonial significa o direito ao exercício efectivo de cidadania no que respeita ao património dentro do quadro de conhecimento produzido sobre a sua importância e o seu significado para as comunidades, bem como a gestão participada desse mesmo património e respectiva valorização como elemento fundamental num modelo de desenvolvimento durável.

(3) Francisco Lopez Morales, La Representatividad en el Patrimonio Mundial de las Americas, comunicação apresentada na Reunião de Queretaro, México, 12 a 15 de Dezembro de 2003.

 

 

Exemplo de Divulgação On-line do Património - Amigos do Património Mundial - Vale mesmo a pena ver e pesquisar

Exemplo de Divulgação On-line do Património - Amigos do Património Mundial - Vale mesmo a pena ver e pesquisar

Amigos do Património Mundial
Friends of World Heritage

A iniciativa "Amigos do Património Mundial" resulta de uma parceria entre a Fundação das Nações Unidas (UNF - United Nations Foundation) e o Centro do Património Mundial (WHC - World Heritage Centre, com o apoio técnico e financeiro da Expedia Inc.

Embora a UNESCO não faça parte do acordo que instituiu esta iniciativa, encontra-se plenamente envolvida no planeamento das actividades e no desenvolvimento do website dos "Amigos do Património Mundial".

- Extraído do sítio on-line da UNESCO Portugal: ttp://www.unesco.pt/cgi-bin/cultura/noticias/cul_noticia.php?idn=, a 22/03/2007

 

World Heritage sites belong to all of us – to enjoy, experience, and protect. Through Friends of World Heritage you can help protect the natural and cultural wonders of the world; explore the majesty of these places, recognized for their “outstanding value to humanity” under UNESCO’s World Heritage Convention; and experience for yourself the marvels of our World Heritage by visiting the sites through Expedia.com’s special offerings.

- Extraído do sítio on-line Friends of World Heritage: http://www.friendsofworldheritage.org, a 22/03/2007

 

 

Exemplo de Opinião Públicada nos Media sobre o Património: Interior Exterior: Galiza Transmontana?

A euro-região Galiza – Norte de Portugal é uma das realidades mais inegáveis no posicionamento de Portugal na Península e na própria União Europeia. A ligação ancestral, diria que de nascimento, dos dois territórios, e longamente atacada pelos poderes governativos de Madrid e de Lisboa, encontrou um balão de oxigénio na entrada dos dois estados ibéricos na então CEE. As fronteiras caíram lá para 1992. E a ligação tornou-se ainda mais forte.

Hoje em dia, esta realidade de 50.000 quilómetros quadrados, habitados por 6,4 milhões de pessoas, constitui uma realidade bastante heterogénea, com zonas urbanas e industriais de vanguarda e também com as zonas mais pobres e empobrecidas da Península.

Os habitantes das aldeias de Montalegre, Chaves, Vinhais e Bragança sempre se relacionaram directamente com os galegos, os vizinhos do Norte. Ora através de trocas comerciais ilegais, vulgo contrabando, ora mesmo, e muito comummente, através de casamentos. Mas não só o Alto Trás-os-Montes experimentou o casamento com a Galiza. O nosso Alto Douro Vinhateiro, hoje Património da Humanidade, foi construído com a força dos galegos de Ourense que, como os transmontanos da Terra Fria, também desciam ao Douro sazonalmente na época da vindima. E dos afiadores, alguém ainda se lembra? Muitos deles eram também da Galiza interior, miserável e espoliada pelas mesmas elites que um dia se enfrentaram ao fundador do Reino de Portugal. Alguém aqui atrás falou delas, das elites, da sua cegueira...
Já na segunda metade do século XX, muitos transmontanos saltaram a raia seca rumo às pedreiras e minas do Barco de Valdeorras. Mas basta percorrer um pouco os concelhos do interior da Galiza para verificar a histórica presença de portugueses, quase sempre transmontanos, nas serrações, florestas, além das actividades já referidas. Hoje em dia, a comarca do Barco de Valdeorras concentra cerca de 2 mil portugueses, quase todos oriundos de Trás-os-Montes. No ensino secundário local muitos optam por Português, o de Lisboa, como língua estrangeira.
São as surrealidades bem reais das nossas histórias e vidas: o povo das aldeias de um e outro lado da raia seca sempre falou a mesma língua, salvo algumas pequenas excepções. Só que as realidades estatais ditaram o afastamento cultural dos dois povos. O que hoje, apesar das boas palavras dos mais democráticos governantes, se mantém.

Diferente é a economia. Como estamos numa era em que a ciência económica tudo quer explicar, ordenar, justificar, planificar, para tudo é preciso utilizar dados económicos, pois bem: o Norte de Portugal é o principal parceiro comercial da Galiza. Mais: as províncias de Pontevedra (que inclui a pujante cidade de Vigo) e de Ourense realizam com o Norte de Portugal quase metade de todas as trocas comerciais. Basta vermos os projectos existentes, alguns em andamento, outros ainda no papel: o caso Chaves-Verim, com a sua zona logística e industrial comum, diz-vos alguma coisa?

De facto, depois da queda do poder do último governante franquista, digo Fraga Iribarne, que governou clientelarmente e autoritariamente a Galiza até há dois anos atrás, as trocas culturais parecem ter conquistado uma oficialidade nunca antes observada. Falo do Congresso da Raia sobre Memória Histórica, falo dos Encontros da Lusofonia de Bragança, falo das ligações da própria UTAD com as universidades galegas. O ministério da cultura da Galiza, responsabilidade do único partido político com representação parlamentar que sempre defendeu e incentivou a ligação histórica com Portugal, o BNG (Bloco Nacionalista Galego, de esquerda), apoiou e continua a incentivar este tipo de actividades.

Já agora, para quando uma ligação rodoviária de Trás-os-Montes com a capital da Galiza, Santiago de Compostela? Empresários transmontanos do sector dos transportes: seria lucrativo existir esta ligação, pelo menos aos fins-de-semana e em ambos os sentidos. Há bastante procura, a divulgação do nosso Reino Maravilhoso em terras galegas tem-se continuado a fazer, há curiosidade e interesse. Vejam: Bragança-Vinhais-Chaves-Verim-Ourense-Lalim-Santiago de Compostela!"

Domingos Guedes 

Extraído do Sítio on-line do Diário de Trás-os-Montes: http://www.diariodetrasosmontes.com/cronicas/cronicas.php3?id=731&linkCro=1, a 22 de Março de 2007

O Interesse dos Media nas Questões do Patrimóno: MACAU - Dirigente do Instituto Cultural anuncia alteração da lei mas não explica novo critério de classificação

O Interesse dos Media nas Questões do Patrimóno: MACAU - Dirigente do Instituto Cultural anuncia alteração da lei mas não explica novo critério de classificação

Património porquê? Island Ian

 

Muda a lei, muda a lista e mudam os critérios de classificação do património arquitectónico e cultural. Foi esta a garantia dada ontem pelo vice-presidente do Instituto Cultural de Macau que apontou este ano como data limite para a conclusão de uma nova lei para a protecção do património.
A garantia de Stephen Chan foi dada à saída de uma reunião do grupo de trabalho de Desenvolvimento Sustentável do Conselho Consultivo para o reordenamento dos Bairros Antigos de Macau que ontem dedicou a sessão à análise das propostas de reformulação da lei para a protecção do património arquitectónico, paisagístico e cultural. “Até final deste ano, os trabalhos relativos à nova lei estarão concluídos tal como o processo legislativo” devendo a lei entrar em vigor no decurso do ano.
Em cima da mesa dos trabalhos estão os dois diplomas que regulam as modalidades de protecção dos bens históricos e arquitectónicos, com data de 1984 e de 1992. A primeira criava a Comissão para a Defesa do Património Arquitectónico, Paisagístico e Cultural e a segundo introduzia reajustamentos nas listas classificativas dos monumentos, conjuntos e sítios definindo uma lista para a categoria de de edifícios de “interesse arquitectónico”. Uma legislação que, como reconheceu o próprio responsável pelo ICM, acabou por ficar desgastada perante a evolução urbana da cidade e a recente, de Julho 2005, entrada do centro histórico de Macau na lista da Unesco. “Perante este novo contexto, o que estamos a tentar fazer é produzir uma síntese dos dois textos de maneira a conseguirmos encontrar um texto que possa regular esta nova situação”. Esta “é a principal justificação para rever a legislação actual”, adiantou Chan. “É natural que esta revisão possa vir a ter efeitos na lista de património arquitectónico e paisagísticos que neste momento se encontra classificado tal como é natural que os critérios de classificação possam também sofrer revisões”, disse o vice-presidente do ICM sem, no entanto, precisar quais os novos critérios que se encontram em estudo. “Vamos continuar a estudar e a procurar uma solução equilibrada”, disse, lacónico.
Stephen Chan recusou ainda qualquer critica sobre uma eventual falta de autoridade e eficácia das autoridades responsáveis em defender as zonas-tampão situadas nas imediações dos sítios ou monumentos classificados nas listas de património. “As autoridades têm vindo a respeitar a legislação em vigor e têm protegido o património histórico e o perímetro tampão”, reiterou o vice-presidente confrontado com a polémica construção de duas torres no ZAPE, uma das quais com uma altura inicial superior de 99 metros tapando o monte e farol da Guia que integram a lista de património mundial.
A este propósito desta polémica, Chan adiantou que o Instituto Cultural continua em contacto com o Gabinete de Ligação do Governo de Pequim em Macau, proprietária da torre que se encontra ainda em construção, acerca da nova altura do edifício.
Ontem, o deputado José Chui Sai Peng também se manifestou confiante de que a nova legislação esteja concluída brevemente. Chui que é presidente da Conselho Consultivo para o reordenamento dos Bairros Antigos de Macau disse ainda que existe esta comissão considera vital tomar em conta a importância do património classificado nas operações de renovação e revitalização dos bairros mais antigos da cidade.
Nesta operação de revisão legislativa, a maior preocupação dos deputados democratas é a transparência e o profissionalismo do processo. Segundo Au Kam San, a revisão da legislação sobre património arquitectónico é um problema que deveria constar da agenda politica “há muito tempo”. “Foi uma questão que colocou maior pertinência depois do centro histórico ter sido classificado pela Unesco”, lembra. Mas o democrata vai mais longe. Não apenas o património classificado deve estar sobre “constante vigilância mas também todos os monumentos de valor arquitectónico”, aconselhou. E por isso, “são também os critérios de classificação que têm de ser alterados sob a orientação de especialistas nestas questões”, terminou.

 

Extraído do sítio da TV Jornal -  http://jc.uol.com.br/tvjornal/2007/02/20/not_120091.php - a 19/03/2007