Património da humanidade em perigo, no Líbano
(Texto transcrito do sítio TV Ciência On-line, em 14/8/2006)
11-08-2006 20:00
António Manuel Silva
Conflito no médio oriente está a destruir a herança cultural da humanidade, um bem que a geração actual deve preservar e conservar para as vindouras. O alerta vem da UNESCO que apela aos beligerantes, na região, para pararem a destruição.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO) fez soar o alarme e lançou um apelo a todos os que fazem a guerra no Líbano para preservarem os locais e o património «que faz parte do património ancestral da humanidade», afirma e Koïchiro Matsuura, director geral da organização.
A região de Tyr, no sul do Líbano, está ameaçada, depois da aviação de Israel destruir estradas e pontes de acesso, refere Koïchiro Matsuura, e sublinha que para além de estarem gravemente ameaçadas as populações, em especial as crianças, «o mundo deve proteger as áreas e os bens culturais de valor inestimável»
Koïchiro Matsuura renova e estende e o apelo para a protecção de outros lugares da herança histórica e cultural, incluindo Baalbek, Byblos, Anjar, o vale Holy e a floresta dos Cedros de Deus, no Líbano, bem como a cidade velha de Acre, em Israel.
O mundo inteiro deve assegurar que «todos os bens históricos sobrevivam para serem deixadas para as gerações futuras, da mesma forma que as gerações anteriores nos deixaram», refere Koïchiro Matsuura, que acrescenta, «todos estes nomes, que fazem parte da nossa imaginação, são símbolos do encontro das religiões e das culturas que se reconhecem universais e fazem parte da nossa herança comum».
Israel e o Líbano são subscritores da Convenção da Haia, de 1954, para a protecção dos bens culturais em caso de conflito armado e da Convenção do Património Mundial Cultural e Natural, de 1972. Em conformidade com as convenções Koïchiro Matsuura faz um veemente apelo, para que sejam cumpridos todos os compromissos e tomadas todas as medidas necessárias para salvaguardar e proteger os bens culturais e de património da humanidade.
A UNESCO encontra-se pronta para, logo que a situação o permita, intervir a fim de avaliar o estado dos lugares, e efectuar as intervenções necessárias à reabilitação dos bens de património histórico, referiu o director da UNESCO, de acordo com comunicado da organização.
Koïchiro Matsuura, na qualidade de director geral da Unesco interroga-se sobre a situação actual no Libano com as seguintes perguntas:
Que futuro para um pais onde as pessoas são deslocadas, acossadas pelo fogo, e onde a morte está sempre presente?
Que futuro para um país onde as crianças vêem as escolas ser destruidas, um país onde a memoria é trespassada em conjunto com a herança cultural dos lugares prestegiados e que são a herança da humanidade na sua totalidade?
Quais as perspectivas podem existir para a de uma sociedade do conhecimento num país saqueado pela perda da da sua energia e dos dos talentos essenciais?
O que é que vemos no futuro para a juventude do Médio Oriente, independentemente da nacionalidade, filiação ou relegião, quando os espíritos correm o risco de estar totalmente e profundamente preocupados, que nunca mais poderão aprender a falar com os seus vizinhos?
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