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COMUNICAÇÃO E PATRIMÓNIO MUNDIAL - Blogue de Apoio à Tese de Doutoramento

Exemplo de Comunicação e Projecto conjunto entre Instituições; O Interesse dos Media nas Questões do Património

Exemplo de Comunicação e Projecto conjunto entre Instituições; O Interesse dos Media nas Questões do Património

"Federação internacional de Astronáutica associa-se a projecto para protecção dos locais património mundial
Joana Vidigal Leal, 22/03/2007, 16:50

A Iniciativa Aberta conjunta ESA/ UNESCO para conservar centenas de locais da herança natural e cultural do mundo, usando satélites de observação da terra, recebeu apoio adicional da Federação Internacional de Astronáutica que se juntou ao crescente número de entidades espaciais que asseguram apoio ao projecto.

A Iniciativa Aberta, acordada entre a ESA e a UNESCO, em 2001, inclui monitorização, por satélite, do Património Mundial da UNESCO, tão único e variado como a Grande Barreira de Coral e a Grande Muralha da China, no sentido de obter avisos atempados sobre condições que os possam ameaçar, tais como catástrofes naturais, contaminação atmosférica e alterações do uso do terreno.

A assinatura da parceria entre a Federação Internacional de Astronáutica e a UNESCO teve lugar no dia 21 de Março, na sede da UNESCO em Paris, França. Stephen Briggs da ESA, director do Departamento Ciência e Aplicações de Observação da Terra, abriu a cerimónia reflectindo sobre a forma como os Satélites de Observação Terrestre têm beneficiado a humanidade.

Prestando tributo ao primeiro homem a ir ao espaço em 1961, Briggs citou as primeiras palavras do cosmonauta russo Yuri Gagarin ditas no espaço: “Vejo a Terra. É tão bela.” Na verdade, observar a Terra do espaço revolucionou verdadeiramente a forma como vemos o nosso planeta. Com a sua perspectiva global única, os sistemas de satélite oferecem vantagens incomparáveis para nos ajudar a compreender, gerir e proteger melhor o precioso ambiente da Terra”.

“A extraordinária diversidade natural e cultural do mundo é uma importante fonte de vida e inspiração para a humanidade. A sua preservação devia ser uma responsabilidade partilhada por toda a comunidade internacional.”

O nome Iniciativa Aberta foi escolhido pela ESA e pela UNESCO pois pretendem ter outras agências espaciais a juntar-se à parceria, tal como aconteceu com as entidades que foram chamadas a aderir ao projecto desde que foi criado em 2003.

Até ao momento, diversas agências espaciais estabeleceram progressivamente contratos para fornecimento de dados de satélite com o objectivo de proteger estes locais, incluindo Argentina, Brasil, Canadá, Índia, o Departamento Espacial do Iraque, Jordânia, Marrocos, Polónia, Turquia e Estados Unidos (NASA).

Património Mundial
A lista do Património Mundial inclui locais, monumentos ou paisagens que foram classificados pelo seu “excepcional valor universal” quer em termos culturais, quer em termos naturais. Existem actualmente 830 locais diferentes na lista de Património Mundial da UNESCO. Destes, 644 estão listados como culturais, 162 como naturais e 24 em ambas as categorias. A UNESCO considera que, actualmente, 31 deles estão em perigo. A iniciativa é especialmente dirigida a ajudar os países em vias de desenvolvimento a monitorizar de forma mais eficaz estes locais nos seus territórios.

A ESA e a UNESCO sublinham o potencial da iniciativa através de um projecto piloto de dois anos chamado BEGo (Build Environment for Gorilla), no qual as imagens de satélite e produtos foram disponibilizados a grupos de conservação e autoridades que monitorizam e protegem os habitats de Gorilas de Montanha em perigo em parques nacionais localizados no Uganda, no Ruanda e na República Democrática do Congo. Estes parques ou já são Património Mundial ou são candidatos, sem do o último refúgio para os menos de 700 Gorilas da Montanha ainda vivos.

Uma vez que estes habitats totalizam mais de 800 mil hectares, em terrenos extremamente inacessíveis e raramente mapeados, as observações terrestres, quando possíveis, eram extremamente difíceis. Os dados de satélite da ESA permitiram a produção de mapas, a detecção de alterações no uso do território ao longo do tempo e a criação de modelos digitais das elevações dos terrenos.

Segundo Eulalie Bashige, Directora-Geral do Instituto Congolês para a Conservação da Natureza (ICCN) da República Democrática do Congo, os mapas têm sido úteis para os esforços contra a caça-furtiva e para o planeamento do eco-turismo.

“A ESA está determinada em continuar a ajudar a UNESCO e os outros parceiros na promoção do uso das tecnologias espaciais em benefício da nossa herança e em apoiar iniciativas que sirvam a causa da igualdade no mundo”, afirmou Briggs."

 

Extraído do Sítio Ciênciapt.net: http://www.cienciapt.net/noticiasdesc.asp?id=14823, a 26/03/2007 

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